Renato Góes, o Fausto, de ‘Cordel Encantado’ fala sobre seu primeiro grande personagem na TV

Renato Góes, o Fausto, de
Renato Góes, o Fausto, de "Cordel Encantado" (João Miguel Júnior/TV Globo)

Por Renata Pacheco, para o TE CONTEI (Atual Zappeando)

Natural de Recife, Renato Góes traz quase todo seu sotaque de Pernambuco para o personagem Fausto de “Cordel Encantado”, novela das 18h, da TV Globo. Em conversa com o TE CONTEI, o rapaz fala sobre seu primeiro grande trabalho na televisão. Ele fala, também, do orgulho de interpretar ao lado dos atores Marcus Caruso e Zezé Polessa, como seu sotaque ajudou na construção do personagem, além do namoro de mais de um ano com a cantora e atriz baiana Emanuelle Araújo, que também está no elenco do folhetim.

Para chegar onde está o rapaz ralou muito. Renato conta que sua carreira começou ainda quando morava em Recife. “Fazia promoções e eventos. Fazia de tudo um pouco”, lembra. Logo depois, Renato foi chamado para fazer alguns comerciais, onde só aparecia. Mas foi em um destes comerciais que percebeu que levava jeito para seguir na profissão de ator. “Só me chamavam para essas coisas. Então pensei: ‘Posso fazer esses comerciais falados. Acho que sei fazer isso’. Notei que para aqueles comerciais só chamavam quem estudava teatro e era ator. Foi aí que falei ‘quero ser ator'”, lembra. A partir de então Renato focou no teatro e fez escola SESC de Artes em Recife. “Já vim para o Rio com uma base de teatro e meu registro profissional”, fala, orgulhoso.

Apesar de já ter feito algumas participações em outras novelas, como “Pé na Jaca”, onde fez um flashback do ator Marcos Pasquim quando jovem e em “Cama de Gato”, onde também fez um flashback do ator Marcos Palmeira, foi só aos 24 anos que Renato está encarando seu primeiro grande personagem na televisão. Em “Cordel Encantado”, o ator interpreta Fausto, filho do prefeito da cidade que conta sempre com a proteção da mãe, Ternurinha (Zezé Polessa), para todas as besteiras que faz.

O pernambucano conta que foi convidado pelo produtor de elenco da Rede Globo, Luciano Rabelo. “Luciano apostou em mim desde a primeira vez que me chamou para ‘Pé na Jaca’. Ele gostou do que fiz e disse: ‘Vou te chamar para outras coisas’’. Logo depois me chamou para ‘Cama de Gato’. Ele sabia que era pernambucano e para esse universo do ‘Cordel Encantado’ ele pensou em mim na hora”, lembra, com carinho.

Mesmo morando há cinco anos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Renato ainda carrega um sotaque de Recife. No entanto, isso o ajudou e o confortou na hora da construção do personagem. “O sotaque do personagem ficou uma coisa mais tranqüila. Mas o Fausto tem um outro sotaque, de 1910. É do interior do Nordeste. Não é uma capital e nem é atualidade. Então, não é o meu sotaque também. Foi mais fácil, com certeza, mas também houve uma construção”.

Com o sotaque na ponta da língua o rapaz passou para o quesito interpretação. Para viver o personagem Fausto ele fala que se baseou em alguns amigos que são filhos de políticos. Ele também chegou a ler e assistir alguns filmes para se ambientar. “Li ‘Corpo de Baile’, do João Guimarães Rosa e ‘Grande Sertão Veredas’, onde dei uma folheada. Um filme que vi foi ‘O Auto da Compadecida’. É uma aula de cinema e interpretação e cabe muito nesse universo do ‘Cordel Encantado’. Foi de grande ajuda”, detalha.

O figurino de “Cordel” também fez com que o ator mergulhasse ainda mais no universo do sertão. “Na hora que você coloca o figurino e entra no lugar, você já se transporta para aquela cidade e para aquele tempo. Isso ajuda muito”, conta, deslumbrado. O rapaz diz que se surpreendeu quando viu seus trajes. “Já tinha lido a sinopse e já tinha pensado em várias coisas para o meu figurino e quando cheguei para a prova de roupas, só me surpreendi, porque era o crème de la crème do que eu tinha pensado”, brinca.

Para um personagem tão complexo e para sua grande estreia na telinha, o Renato Góes comenta que não estranhou ou sentiu-se menos confortável ao trabalhar ao lado de grandes atores como Marcus Caruso e Zezé Polessa, são seus pais na ficção. “Meu primeiro dia de gravação foi meio impactante e senti que precisava neutralizar o que tinha sentido. Nos outros dias já voltei normal e tentei usar aquela admiração para ajudar no processo. Usei isso para pedir ajuda”, lembra. “Com a Zezé temos umas marcas muito legais de mãe e filho. O Caruso tem aquela coisa de ele querer me dar uma regulada. Sempre que podem eles me ajudam”, acrescenta, com admiração.

Renato também conta com a ajuda de Emanuelle Araújo, sua namorada há mais de um ano. A atriz e cantora baiana também está no elenco, onde interpreta a cabrocha Florinda. O casal se conheceu um ano antes de começar a namorar, onde fizeram juntos o espetáculo “A Paixão de Cristo”. Renato fala que eles conseguem separar o lado profissional do pessoal. “É um ambiente de trabalho. Quantas pessoas se relacionam e trabalham juntas?”, questiona. O ator se sentiu completamente em casa com a ajuda da namorada, 10 anos mais velha. “Ela me ajuda na hora de passar os textos, dá a opinião, fala o que está certo ou errado, me dá dicas”, derrete-se.

Com a intensa rotina de gravações, Renato parou de frequentar a academia e está realmente focado em “Cordel Encantado”. Sem saber ao certo quando termina a novela, o ator adianta que tem desejo de fazer teatro quando o folhetim terminar. “Não sei se vai dar, mas de momento minha vida é apenas o ‘Cordel Encantado'”, avisa.